segunda-feira, 18 de maio de 2009

Em defesa do Parque do Cocó

O Parque do Cocó está sendo agredido pela especulação imobiliária como foram testemunhas as famílias residentes ao longo da Rua Samir Hiluy e em suas proximidades. A agressão a uma área de interesse de toda população de Fortaleza, antes verdejante e integrada visual e ambientalmente ao Parque do Cocó, tem sido acompanhada pelos moradores dos dez edifícios próximos, indicados na figura a seguir.

Estas agressões na área ao alcance de suas vistas levou os moradores dos Edifícios Itaara, Garden Park, Le Park e Vitória Park. a solicitarem um laudo técnico à Associação Técnico-Científica Engenheiro Paulo de Frontin - ASTEF sobre a mais gritante destas agressões: desmatamento, aterro e pavimentação de áreas no entorno das nascentes que alimentam o Mangue do Cocó. Este laudo concluiu afirmando:




“Há ocorrência de nascentes aqüíferas na área objeto de estudo deste laudo técnico, definida entre os prolongamentos dos alinhamentos das Ruas Arquiteto Reginaldo Rangel e Batista de Oliveira, ao sul da Rua Samir Hiluy, até o início da Trilha das Azeitonas, que corresponde aproximadamente ao alinhamento da Rua Vicente Linhares, fechada pela demarcação do Parque Ecológico do Cocó, em seu cruzamento com a Avenida Sebastião de Abreu. Estas nascentes dão origem ao fluxo de água que ao se encaminhar para a calha natural de drenagem do Parque Ecológico do Cocó, ajudam a formar os alagados e reduzem a salinidade, contribuindo com o equilíbrio das condições ambientais que possibilitam o florescimento da vegetação e a subsistência da rica fauna do mangue. As Áreas de Proteção Permanente destas nascentes foram desmatadas, aterradas e cercadas, inclusive com a completa cobertura por aterro de área de surgência e alagados.

Ainda, a área objeto de estudo deste laudo encontra-se no interior do Parque do Cocó, conforme indicam os resultados apresentados pelo Grupo de Trabalho criado pelo Decreto de nº 29.215 do Governo do Estado para elaborar diagnóstico das condições ambientais, um programa de revitalização do rio Cocó e criar as condições necessárias para regulamentar a criação da unidade de conservação denominada Parque Estadual do Rio Cocó. Estes resultados foram aprovados por unanimidade pelo CONPAM, em reunião de 27 de maio de 2008. O presente laudo, ao descrever as condições físicas e ambientais ao sul da Rua Samir Hiluy, corrobora a constatação do Grupo de Trabalho de que esta área efetivamente pertence ao Parque do Cocó.”

Para ter acesso ao laudo completo clique nesse link.

A preservação desta área, que se encontra ainda mais ameaçada pela introdução de alteração no Plano Diretor Participativo do Município de Fortaleza em dezembro de 2008, preocupa as 400 famílias que moram nas proximidades mas interessa a toda população de Fortaleza. A agressão ao Parque do Cocó deve ser de imediato corrigida com ações administrativas, judiciais e legislativas, que possibilitem recuperar a área degradada e impedir o avanço contra esta importante reserva ambiental.

Um comentário:

  1. Muito bom!!!
    Agora teremos como divulgar o que está acontecendo.

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